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Número de médicos dobra no Brasil, mas desigualdade na distribuição persiste

Levantamento da AMB mostra que o país ultrapassa 600 mil médicos ativos, mas concentra 70% deles nas capitais e regiões mais ricas.

O Brasil nunca teve tantos médicos. O país ultrapassou a marca de 600 mil profissionais ativos, mais que o dobro registrado há 20 anos. O dado faz parte do levantamento “Demografia Médica 2025”, divulgado pela Associação Médica Brasileira (AMB) e pela Faculdade de Medicina da USP, que traça um raio-x detalhado da profissão.

Apesar do crescimento expressivo, o relatório escancara um problema antigo que persiste: a má distribuição desses profissionais no território nacional. A concentração ainda é fortemente puxada pelas capitais e regiões mais desenvolvidas, enquanto os vazios assistenciais seguem desassistidos — principalmente no Norte e no interior do Nordeste.

Atualmente, o Brasil possui uma média de 2,8 médicos por mil habitantes, índice próximo ao de países desenvolvidos. No entanto, quando se observa estados como o Distrito Federal, a taxa chega a 6,4 médicos por mil habitantes, enquanto no Maranhão cai para 1,3.

Crescemos em número absoluto, mas o desafio continua sendo garantir acesso em todas as regiões”, afirma César Eduardo Fernandes, presidente da AMB. Segundo ele, o avanço na formação de novos médicos não tem sido suficiente para corrigir as distorções geográficas.

O estudo também aponta que o crescimento está diretamente ligado à abertura desenfreada de cursos de medicina nas últimas décadas. Em 2000, o país contava com cerca de 100 escolas médicas; hoje, são mais de 390, o que gera preocupações sobre a qualidade da formação.

Outro dado que chama atenção é o perfil dos médicos brasileiros. As mulheres já são maioria, representando 51,4% da força médica no país — uma inversão histórica que deve se consolidar ainda mais nos próximos anos.

Além disso, a demografia aponta o envelhecimento gradual da categoria. Enquanto em 2010 os médicos com menos de 35 anos eram 39%, hoje representam 30%, indicando um ritmo de envelhecimento da força de trabalho médica.

Para a AMB, o desafio agora não é apenas formar médicos, mas criar políticas que favoreçam a fixação desses profissionais em regiões com maior escassez, além de assegurar qualidade na formação e nas condições de trabalho.

De nada adianta termos mais médicos se eles não estão onde a população precisa”, reforça Fernandes.

O levantamento deve servir como base para que autoridades, universidades e gestores de saúde repensem estratégias para o futuro da profissão e a distribuição equitativa dos serviços de saúde no Brasil.

Fonte: Saúde Business

Leia também: Brasil ultrapassará 1,15 milhão de médicos até 2035

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