O que é ter uma clínica de fato acessível para pessoas com deficiência?

Acessibilidade é um direito assegurado por lei — de acordo com o Decreto Federal 5296 de 2004, no art. 13 §1º, uma clínica só consegue seu alvará de funcionamento se atender a todas as regras de acessibilidade.

No entanto, não se trata apenas de uma legalidade. Como a Organização das Nações Unidas (ONU) enfatiza, todas as pessoas com deficiência devem ter serviços garantidos em oportunidade semelhante de participação entre todos os indivíduos.

Ou seja, para além das adaptações físicas, o serviço deve oferecer outras condições de atendimento para assegurar a participação plena de todos.

O que é necessário para melhor atender pessoas com deficiência na sua clínica?

Em primeiro lugar, há diversas adaptações estruturais, como:

  • elevadores;
  • rampas;
  • pisos lisos e antiderrapantes;
  • corrimãos;
  • banheiros adaptados.

Porém, isso é apenas o começo da acessibilidade. O cuidado de pessoas com deficiência precisa ser capaz de efetivamente atender às necessidades delas — não adianta elas conseguirem entrar na clínica, mas não terem pessoas capazes de atendê-las. Ou seja, deve-se ter um atendimento humanizado.

O princípio básico é sempre ouvir o paciente, pois ele saberá as necessidades que tem para ser atendido. Por isso, não haja sem o consentimento da pessoa, como empurrando cadeiras de rodas sem solicitação ou pegando uma pessoa com deficiência visual pelo braço para guiá-la.

Existem diversas ações que podem tornar a experiência de PCDs mais confortável em uma clínica médica. Algumas premissas básicas são:

  • apresentar-se sempre para pessoas com deficiência visual, tanto médicos quanto outros funcionários da clínica;
  • sempre avise sobre obstáculos e outras características espaciais para essas pessoas, além de avisá-las quando for sair;
  • caso a pessoas cega tenha um cão-guia, evite distraí-lo e também oriente outras pessoas presentes para não fazê-lo;
  • acompanhe o ritmo de pessoas com deficiência física, seja na locomoção ou na fala;
  • não manuseie cadeiras de roda sem permissão e orientação;
  • se possível, tenha alguém que saiba libras na clínica;
  • pacientes com deficiência auditiva podem conseguir falar e realizar leitura labial, então entenda a comunicação de cada indivíduo para conversar com ele na clínica;
  • avise sobre máquinas que fazem muito ruído para deficientes auditivos que usam aparelho, já que ele amplia sons.

Exercitar a compaixão, a paciência e a compreensão é, mais que qualquer aspecto técnico, a verdadeira chave para que PCDs sejam de fato bem acolhidas em um ambiente e desfrutem do serviço oferecido plenamente.

Por isso, todos os espaços da clínica devem estar atualizados e preparados. Comece garantindo a organização da recepção da sua clínica e assegure um atendimento humanizado do início ao fim!

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