O Protocolo de Manchester é um método de triagem médica que classifica pacientes com base na gravidade de sua condição de saúde usando um sistema de cores para determinar a urgência do atendimento. Saiba mais!
O Protocolo de Manchester é um sistema de triagem utilizado em serviços de saúde, projetado para avaliar e priorizar pacientes com base na gravidade de sua condição médica.
Classificando pacientes em categorias de cores, que variam conforme a urgência de atendimento, o protocolo permite uma resposta mais eficaz e rápida em situações de emergência.
No contexto de uma clínica ou consultório médico, compreender sua importância é fundamental para garantir que os pacientes sejam atendidos de forma adequada, contribuindo para a eficiência operacional, experiência do paciente e a qualidade do cuidado prestado.
Continue a leitura deste artigo e descubra o significado por trás das diferentes cores atribuídas aos pacientes, as principais vantagens dessa abordagem de triagem, como implementar o protocolo em sua clínica ou consultório, os desafios enfrentados na sua aplicação e alguns exemplos na prática. Boa leitura!
O que é Protocolo de Manchester
É um sistema de triagem de pacientes utilizado em unidades de saúde, principalmente em serviços de emergência. Desenvolvido na cidade de Manchester, na Inglaterra, na década de 1990, ele se tornou um método mundialmente adotado para categorizar pacientes conforme a gravidade de seu quadro clínico, otimizando os recursos e garantindo atendimento prioritário àqueles que mais necessitam.
Como funciona o fluxograma do Protocolo de Manchester
Ao chegarem à unidade de saúde, os pacientes passam por uma avaliação inicial por um enfermeiro treinado. Através de perguntas e exame físico, o profissional coleta informações sobre a condição do paciente e o classifica em uma das cinco categorias de risco, representadas por cores.
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Cores do Protocolo de Manchester e seus significados
Como dito anteriormente, são utilizadas cores para classificar os pacientes conforme a urgência de atendimento. Aqui estão as cores e seus significados:
Vermelho (emergência imediata)
Pacientes classificados como vermelhos precisam de atendimento médico imediato devido a condições potencialmente fatais, como parada cardíaca, insuficiência respiratória grave, hemorragias, queimaduras, tentativa de suicídio ou trauma grave.
Laranja (emergência urgente)
Os pacientes classificados como laranjas têm condições graves que exigem atenção médica rápida, mas não imediata, como fraturas expostas, sangramentos significativos, arritmia ou sintomas agudos de doenças graves. Nesse caso, o tempo de espera costuma ser de até 10 minutos.
Amarelo (urgente)
Pacientes classificados como amarelos têm condições que requerem atenção médica, mas não são emergências imediatas. Nesse caso, o tempo de espera costuma ser, no máximo, uma hora. Isso pode incluir lesões moderadas, sintomas de doenças agudas, vômitos intensos, crises de pânico ou condições que podem piorar se não tratadas rapidamente.
Verde (pouco urgente)
Pacientes classificados como verdes têm condições médicas não urgentes que não representam uma ameaça imediata à vida. Sendo assim, costumam esperar até duas horas para serem atendidos. Isso pode incluir lesões leves, sintomas crônicos de doenças ou necessidade de avaliação médica não urgente.
Azul (não urgente ou triagem)
Pacientes classificados como azuis têm condições médicas que não são urgentes e podem esperar mais tempo pelo atendimento. Isso pode incluir casos de dor crônica, avaliações de rotina ou encaminhamento para outros serviços de saúde.
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Principais vantagens do Protocolo de Manchester
Esse sistema oferece diversas vantagens significativas para os serviços de saúde e os pacientes. Veja as principais abaixo:
- Padronização: estabelece um sistema universal de triagem, unificando a linguagem e facilitando a comunicação entre diferentes unidades de saúde e profissionais.
- Priorização eficiente: prioriza os pacientes conforme a gravidade de sua condição. Essa estratégia garante que os casos mais urgentes recebam atenção imediata, otimizando o tempo dos profissionais, equipamentos e instalações.
- Redução de tempos de espera: ao reduzir os tempos de espera para os casos mais graves, é garantido o atendimento imediato, enquanto pacientes com quadros menos urgentes aguardam de forma organizada e com acompanhamento adequado.
- Melhor utilização de recursos: promove a distribuição dos recursos médicos, direcionando-os para os casos mais graves. Essa estratégia garante que profissionais, equipamentos e instalações sejam utilizados de forma otimizada.
- Melhoria na qualidade do atendimento: ao garantir que os pacientes sejam atendidos conforme a gravidade de sua condição, reduz-se o risco de complicações e deterioração do estado de saúde.
- Segurança do paciente: contribui para a segurança do paciente ao garantir que casos graves sejam identificados e tratados rapidamente, minimizando o risco de eventos adversos ou complicações.
- Avaliação contínua: facilita a avaliação contínua dos processos de triagem e atendimento, permitindo ajustes conforme necessário para melhorar a eficiência e eficácia do sistema de saúde.
Como implementar o Protocolo de Manchester
Para implementar o Protocolo, é essencial fornecer treinamento adequado aos profissionais de saúde. Além disso, é importante adaptar o fluxo de trabalho para incluir triagem inicial, comunicar e educar os pacientes sobre o processo, estabelecer supervisão e revisão contínua do sistema.
Segundo a legislação vigente, na Resolução 661/2021 do Conselho Federal de Enfermagem, as equipes de enfermagem desempenham um papel fundamental na triagem e classificação de pacientes, visto que são elas que designam o profissional responsável por executar.
Assim, a equipe de enfermagem é responsável por iniciar o processo de triagem, determinar a gravidade da condição do paciente e encaminhá-lo para o atendimento adequado.
Equipamentos necessários
Os equipamentos necessários para implementar podem incluir:
- Etiquetas de identificação: são marcadores que identificam e rastreiam equipamentos, facilitando sua localização e organização.
- Estetoscópio: instrumento médico usado para ouvir sons internos do corpo, como batimentos cardíacos e sons respiratórios.
- Glicosímetro: dispositivo portátil que mede os níveis de glicose no sangue, usado principalmente por pessoas com diabetes para monitorar sua condição.
- Oxímetro: aparelho que mede os níveis de oxigênio no sangue, geralmente colocado no dedo para monitorar a oxigenação.
- Prontuários: são registros médicos onde são documentadas informações sobre a saúde de um paciente, incluindo histórico médico, diagnósticos e tratamentos.
- Aferidor: instrumento usado para medir diferentes parâmetros, como pressão arterial, temperatura corporal ou peso.
- Termômetro: dispositivo usado para medir a temperatura corporal, essencial para monitorar a saúde e diagnosticar febres e outras condições médicas.
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Desafios e limitações
Um estudo do Centro Universitário de Brasília de 2018 constatou alguns dos principais desafios enfrentados pelos enfermeiros na aplicação do Protocolo de Manchester. Veja abaixo:
Escassez da capacitação dos profissionais na classificação de risco
A falta de treinamento adequado dos profissionais de saúde pode resultar em classificações de triagem imprecisas, levando a uma alocação inadequada de recursos e tratamento.
Desconhecimento dos pacientes sobre a classificação de risco
Pacientes podem não entender completamente o significado das cores de triagem, o que pode levar a expectativas inadequadas sobre o tempo de espera ou a gravidade de sua condição.
Ineficiência do serviço de referência e contrarreferência
Se os serviços de referência e contrarreferência não estiverem bem coordenados, os pacientes podem enfrentar atrasos no encaminhamento para tratamento especializado ou no acompanhamento após a alta, comprometendo a continuidade do cuidado.
Exemplos de aplicação do Protocolo de Manchester
Aqui estão alguns exemplos de como é aplicado:
- Um paciente chega ao pronto-socorro com dor torácica intensa e dificuldade para respirar. A equipe de enfermagem utiliza para classificar rapidamente sua condição como vermelho e encaminhá-lo para atendimento médico imediato.
- Uma pessoa procura atendimento médico com sintomas de febre alta e confusão mental. A equipe de enfermagem aplica o Protocolo e classifica a situação como laranja devido à combinação de sintomas, garantindo atendimento prioritário.
- Um paciente chega ao pronto-socorro com uma ferida profunda e sangramento intenso. A equipe de enfermagem classifica a situação como amarelo, indicando a necessidade de atendimento médico dentro de uma hora.
- Um indivíduo procura atendimento médico com sintomas de tosse persistente e falta de ar. Após aplicar o Protocolo, a equipe de enfermagem classifica a situação como verde, indicando que o paciente pode esperar um pouco mais pelo atendimento, priorizando casos mais urgentes.
- Uma pessoa chega ao pronto-socorro com uma lesão leve no tornozelo. A equipe de enfermagem classifica a situação como azul, indicando que o paciente pode esperar pelo atendimento conforme a disponibilidade, permitindo prioridade para casos mais graves.
Portanto, o Protocolo de Manchester é uma ferramenta essencial para priorizar o atendimento médico em situações de emergência, mas sua eficácia pode ser potencializada quando combinada com sistemas de gestão de clínicas adequados. É aqui que o Conclínica entra em cena.
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